quarta-feira, outubro 10, 2007

Pedro Santos – O emigrante do Arco de Cartão (Parte II)

Mais notícias do nosso colega Pedro Santos (actualmente a morar em Inglaterra) que manda cumprimentos para todos.
Pedro Santos – O emigrante do Arco de Cartão (Parte II)
Assim que comecei a treinar dentro da regularidade que me era permitida, percebi imediatamente quais eram as diferenças entre atirar/treinar em Portugal e em Inglaterra.

Desde logo o conceito de “treino” não difere muito de um torneio pela razão que o empenho e a ética que é usada é exactamente a mesma, desde a montagem do campo ao ambiente que se vive num treino. Foi nestas pequenas coisas que me senti distante da realidade a que eu estava habituado. Por isso nada melhor do que estabelecer algumas comparações.
Não quero naturalmente inferir que tudo o que é feito aqui é bom e tudo em Portugal é mau. Antes pelo contrário, só quero simplesmente apontar diferenças que não são mais do que formas distintas de viver o Tiro com Arco.

(Aqui estou eu, a direita do meu colega de equipa John Cavanagh, Campeão Paralimpico e recordista mundial)

Treinos – Normalmente muito participadosMontagem de Campo – Qualquer que seja a situação, treino, torneio, etc. Todos voluntariamente ajudam na montagem, pelo que um campo com cerca de 10 bastidores não leva mais do que 15 minutos a ficar pronto a atirar. Esta mesma regra aplica-se na desmontagem do campo.

Pontuações, Provas e Handicaps – Aqui sim a grande diferença! Existem basicamente dois tipos de prova: Métrica e Imperial.

A métrica e a “nossa” Fita, mas mesmo dentro das provas FITA realizadas aqui existem duas distinções entre provas FITA e Métricas/GNAS (nota: GNAS= Federação de Tiro com Arco).

Para terem uma ideia da variedade de provas aqui vai uma lista:Albion, National, Western, Windsor, St. George, Warwick, American…e outras! E cada uma delas esta dividida entre: National e Long National consoante as distancias a que se atiram.

Outra grande diferença que encontrei foi a contagem. Enquanto nas provas FITA as contagens são de 10 a 1, em provas Imperiais a contagem e simplesmente 1,3,5,7,9, não existindo portanto as outras. Quer isto dizer que 10 e 9 contam como 9, 8 e 7 como 7 e assim por diante.

Handicap – O sistema de handicap é muito interessante quando aplicado no Tiro com Arco. Basicamente e um indicador de progressão e ao mesmo tempo um factor de nivelamento entre arqueiro muito desiguais. O handicap e medido entre 100 e 1, sendo 1 o melhor possível. À medida que se vai progredindo, atingem-se também patamares ou “classes”.

Eu por exemplo comecei como “Third Class” (Terceira Classe) e encontro-me neste momento em “First Class” (Primeira classe). Ah, mas atenção First Class não significa o topo da tabela... significa sim que existem ainda mais 3 classes acima deste nível. A lista de classificações é a seguinte:

“Grand Master Bowman” (Nível equivalente a Campeão Europeu/Mundial, Olímpico)

“Master Bowman” (Nível Equivalente a Campeão Nacional)

“Bowman” (....Campeão de Condado)

“Firt Class”

“Second Class”

“Third Class”

Uma ultima nota de curiosidade: Enquanto que em Portugal sempre que se termina uma prova batem-se palmas a todos, aqui naturalmente o hábito é diferente terminando-se com um muito britânico “Hip, hip, Hurray!”.

Entretanto caso tenham curiosidade de conhecer melhor o clube, podem sempre visitar o nosso website através de http://www.maldenbowmen.org/.Até Breve!

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